terça-feira, 20 de maio de 2008

Conto Cearense

Chico, cabra errado e bonequeiro, já melado depois de traçar um burrinho e duas meiotas, vinha penso, cambaleando, arrodiando o pé de pau, quando deu um trupicão que arrancou o chaboque do dedo. -Diabeisso! - Vai, cu de cana! Mangou a mundiça que estava perto. Aí dento! disse Chico. Chico estava ariado desde ontonti, quando o gato rei que ele acunhava lá na baxa da égua, bateu fofo com ele pra ir engabelar um galalau estribado da Aldeota. -É o que dá pelejar com canelau, catiroba fulerage, pensava. Ganhei um chapeu de touro, mas não tem Zé não, aquela marmota tá mesmo só o buraco e a catinga. Dá é gastura. Chegando em casa se empriquitou de vez e rebolou no mato todas as catrevagens da letreca: uma alpercata, um gigolete amarelo queimado e uns pés de planta que ela tinha trazido enquanto iam se amancebar. Depois se empanzinou de sarrabui e panelada e foi dormir pensando nas comédias. (Autor desconhecido)

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